À proa dum navio de penedos A navegar num doce mar de mosto, Capitão no seu posto De comando, S. Leonardo vai sulcando As ondas Da eternidade, Sem pressa de chegar ao seu destino. Ancorado e feliz no cais humano, É num antecipado desengano Que ruma em direcção ao cais divino. Lá não terá socalcos Nem vinhedos Na menina dos olhos deslumbrados; Doiros desaguados Serão charcos de luz Envelhecida; Rasos, todos os montes Deixarão prolongar os horizontes Até onde se extinga a cor da vida. Por isso, é devagar que se aproxima Da bem-aventurança. É lentamente que o rabelo avança Debaixo dos seus pés de marinheiro. E cada hora a mais que gasta no caminho É um sorvo a mais de cheiro A terra e a rosmaninho! Miguel Torga. São Leonardo de Galafura. |
4.8.11
disculpar as saudades...
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ResponderEliminarNo conocía a Torga.
Me dobla un tal Pancho que anda de mudanza entre canción y canción
ResponderEliminarAfinal...o Papa era o Miguel Torga...?
ResponderEliminarAté que enfim, um português normal...!
O simples facto de não ter desmerecido o poema, já faz da música uma obra de arte, também!
Parabéns.
(...e cumprimentos ao Papa)
Da túa parte Jonas, só da túa...
ResponderEliminarMudança outra vez? Mira, quase como eu, que ando de lado a lado, como o Guadiana ou sabe-se lá o quê (como dizem os tugas).
ResponderEliminarA cançom :-), para variar ;-)
Estás à espera do Papa...ou de Godot?
ResponderEliminarEsse Papa nunca mais chega?
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades... Qué traballeira, non?...
ResponderEliminarChegará Jonas, levo unha semana a estirar alfombras azuis
Muda-se a pel. Un si mismo aparece en otro escenario y eso es muy emocionante y enriquecedor. Solo no hay que olvidar llevar siempre en la maleta los afectos recogidos en las sucesivas huertas. Eso protege.
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